Fiquem bem!

Olá a todos!

É verdade tenho andado desaparecida do blog, desculpem! Desde que esta questão do Covid se complicou por cá tenho andado mais voltada para os meus e não tenho vindo aqui alimentar este meu filhote, este projecto tão querido nascido em 2019 e para o qual tinha tantos planos que, nestas circunstâncias ficaram adiados.

Na verdade acho que no início fiquei um pouco zangada com  esta situação que nos apanhou, pela sua rápida evolução, a todos de surpresa. Até entrar em “modo cruzeiro” nesta quarentena sem data para terminar confesso que andei sim, zangada, angustiada e até revoltada com tudo isto e esse estado de espírito não foi terreno fértil para a minha inspiração para a escrita florescer. 

Agora estamos todos mais tranquilos, as rotinas mais instaladas, a vida….dentro do possível, a voltar ao normal. Mas na verdade, nada nisto tudo é normal. Nunca, nem sequer em pesadelos, alguém teria imaginado viver em Portugal uma situação destas.

De repente a nossa vida ficou em pausa. Sempre nos ensinaram a fazer, ir, arregaçar as mangas e agora o que nos pedem para nos salvarmos a todos é apenas para ficar! Todos os nossos planos e projectos suspensos ….mas não mortos. Apenas adormecidos à espera de melhores dias para virem cá para fora espreitar o sol e medrarem!

Mas no meio de toda a angústia e da incerteza do que o futuro nos reserva, dentro das suas 4 paredes as famílias têm-se reinventado. Da quarentena, e a somar às obrigações de trabalho que já impendem sobre cada um, floresceram cozinheiros, professores, artistas e decoradores, jardineiros, handy-mens (e handy-womens) para todo o serviço, costureiros, músicos, vizinhos solidários, etc, num malabarismo constante e incessante.

Esta quarentena está a ser desafiante para as famílias, e falando do meu ponto de vista pessoal, especialmente desafiante para quem tem uma família numerosa fechada entre quatro paredes, debaixo do mesmo tecto, 24 sobre 24h. A minha filha mais velha confidenciou noutro dia que o que precisava mais era de ver e falar cara a cara com outras pessoas que não fossemos nós….Como a percebo!!

Assim, e para além do teletrabalho e das obrigações escolares (os meus filhos como andam numa escola internacional ainda estão em aulas e só terão férias no final de Abril), aqui em casa é preciso encontrar actividades próprias para vários gostos e idades (13, 12 e 2 anos).

Deixo aqui uma lista de algumas ideias de actividades que se adequam a diferentes idades e gostos (algumas já fizemos outras ainda estão na nossa “wish-list” para esta quarentena:

  • Vão buscar os vários jogos de tabuleiro que têm em casa (Monopólio, Party & Co, etc) e façam um serão de jogos;
  • Noite de cinema com direito a pipocas (podem escolher os filmes consoante a idade dos membros da família);
  • Os tradicionais jogos de cartas – existem inúmeros jogos capazes de entreter uma tarde inteira; 
  • Existem inúmeros museus que estão a disponibilizar visitas virtuais. Aproveitem e conheçam alguns museus que ainda não tiveram oportunidade de visitar ou matem saudades dos museus de que mais gostam. Vejam este link: https://lisboasecreta.co/25-museus-virtuais-visitar-sofa/. A escolha vai desde o Museu Calouste Gulbenkian, Museu dos Coches, ao Mosteiro da Batalha até opções mais internacionais como o Museu do Louvre, o Smithsonian (em Washington), ou a Capela Sistina, entre outros.
  • Para os mais pequenos vejam a página da Cativar – Teatro para a Infância no Facebook ou da Musicalmente – com concertos para bebés live em sinal aberto aos Domingos;
  • Fazer uma aula de ginástica em família (existem imensos treinos disponíveis online – vejam o intagram da @newme.pt ou do @treinoemcasa – ou então vejam se o vosso ginásio habitual disponibiliza aulas virtuais);
  • Nesta fase vale tudo por isso dentro de casa a pequena já andou de triciclo, jogam à bola, brincam à apanhada, às escondidas, até ping pong já se jogou na mesa da cozinha! É basicamente o vale tudo….bem quase tudo que a pacência desta mãe não é infinita!
  • Incluí-los nas actividades domésticas (fazer camas, limpeza, encher e esvaziar máquinas da louça, etc). Mantêm-nos entretidos e vão ser uma ajuda preciosa!
  • Cozinhar: bolachas, bolos (ai as calorias!!!) ou fazerem todos juntos o almoço ou o jantar;
  • Aproveitar para reorganizar os quartos dos miúdos e retirar o que já não usam para dar a quem precisa. Claro que as doações vão ter de esperar por melhores dias, mas nesta fase em que passam todos mais tempo em casa vai saber bem ter os espaços mais organizados e livres de tralha inútil ou de que já não precisam.

Por aqui não planeamos demasiado os nossos dias (não temos calendários com horas definidas para fazer isto ou aquilo). As manhãs durante a semana para os mais velhos são de estudo e nessa altura brinco com a mais nova, fazemos trabalhos manuais, puzzles, jogamos à bola no pátio do prédio, fazemos plasticinas, isso tudo entre os afazeres domésticos normais. O tempo livre vai-se desenrolando consoante a vontade de cada um, com mais ou menos actividades consoante os dias (sendo que os mais velhos já tem necessidade de ter momentos só deles durante o dia).

Há dias em que o meu coração se aquieta outros em que desespera com a espera sem fim…..

E depois vêm as noites calmas, quando as crianças já dormem, em que me enrosco à minha cara metade e vemos uma série, resguardados no nosso ninho, protegidos das agruras do mundo lá fora! 

Estamos todos em fase de aprendizagem e aquilo que cada um vai retirar desta experiência será algo só seu. Não sei se vamos ficar todos bem pois até lá o caminho vai certamente ser sinuoso, mas com força e preserverança havemos de chegar a um dia melhor…e cada dia falta menos um dia para isso!

Entretanto é tempo de nos adaptarmos a esta nova realidade que nos é estranha e dificilmente se entranha e aproveitarmos este “estar” e “ficar” antes de voltar à pressa do “ir”!

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A foto é de um dos nossos passeios de Fevereiro. Momentos felizes de uma liberdade que dávamos por tão garantida a que anseio voltar!

Fiquem bem! 

Sofi